Além de diagnosticar tumores em estruturas como ossos, músculos, cérebro, pulmões e fígado, o PET-TC (Tomografia por Emissão de Pósitrons- Tomografia Computadorizada) também serve de auxílio no tratamento de cânceres, principalmente na fase metastática. O exame é a fusão das imagens anatômicas da tomografia computadorizada, feitas através da emissão de raios X, com a análise das atividades metabólicas das células tumorais.
O procedimento é realizado após a administração intravenosa do radiofármaco 18F-FDG. A substância vai se espalhar por todo o corpo do paciente, mas tende a se aglomerar nas regiões tumorosas cujas células têm atividade metabólica mais acelerada e maior consumo de glicose, presente na composição do elemento. As partes mais brilhosas das imagens computadorizadas geradas pelo exame indicam onde tumores estão se desenvolvendo.
Emília Ribeiro Almeida Sousa é tecnóloga em Radiologia há 10 anos e afirma que, além de saber da parte operacional da máquina, o profissional deve ter conhecimentos sobre anatomia e fisiologia humanas. “O técnico controla o tempo do procedimento, escolhe o melhor protocolo e é responsável pelo processamento das imagens. Dessa forma, temos sempre que estar acompanhando a evolução das tecnologias e outras novidades, principalmente o surgimento de novos radiofármacos”, acrescenta.
De acordo com a paulistana, após a injeção do 18F-FDG o examinado não deve fazer qualquer esforço físico para não atrapalhar a metabolização do radiotraçador, fora a necessidade da ingestão de bastante água para eliminar o excesso de radiação do organismo.
Eventualmente, há a possibilidade de ocorrer diagnósticos “falso positivo” em áreas onde as células são normais, o que pode levar o paciente a outros procedimentos mais invasivos desnecessários. Diabéticos e pessoas que se alimentaram pouco tempo antes do exame podem ter a qualidade do exame prejudicada pela presença de glicose e insulina no sangue, por isso a necessidade prévia de quatro a seis horas de jejum. Mulheres devem avisar ao médico se estão grávidas ou amamentando. Já para obesos, existe a limitação do tamanho da máquina, que pode gerar dificuldades para a realização do procedimento.
Para o agricultor de Gameleiras, Minas Gerais, José do Prado Pinto, 74 anos, o maior problema do PET-CT foi o desconforto da máquina. Foram 22 minutos em que ele se manteve imóvel durante o procedimento. “Eu fiz o exame para saber a situação das minhas cordas vocais, que passaram por uma cirurgia por causa de um tumor maligno”, conta. O mineiro relata que teve que fazer o jejum de seis horas antes do exame e que não sentiu dores durante a análise.
Apesar de estar tudo bem na região do pescoço do Seu Zeca, como é mais conhecido, o exame revelou uma mancha em um dos pulmões dele. Para verificar o que isto pode ser, ele será submetido a outro procedimento mais invasivo: uma biópsia no mediastino, na região do coração.
Entre os benefícios do PET-TC está a possibilidade de identificação de pequenas lesões que não podem ser visualizadas em outros exames de imagem. Além disso, o procedimento permite diferenciar os tumores benignos dos malignos, que captam o radiotraçador mais intensamente. Já os riscos são baixos e são raros os casos de reação alérgica ao 18F-FDG.
Um dos principais deveres do técnico em radiologia é gerar imagens com a melhor qualidade possível com o mínimo de radiação, levando em conta o índice de massa corporal (IMC) do paciente para decidir a dosagem tanto de raio X quanto do radiofármaco injetado. Outra medida de segurança é a execução do exame no menor período de tempo possível para evitar exposição excessiva aos raios ionizantes.
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