A pandemia de Covid-19 tem mostrado o quanto a coletividade é necessária para a saúde de todos. E mostrado o quanto, entre os profissionais de saúde, é necessário valorizar também todos os envolvidos – já que, culturalmente, apenas os médicos são vistos como os profissionais ativos em um hospital. Da limpeza, preparo de refeições até a cirurgia, há uma série de trabalhadores envolvidos para que pacientes tenham suas necessidades atendidas.
O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), em matéria publicada no site da instituição, abordou o trabalho de uma categoria fundamental ao enfrentamento da Covid-19: trabalhadores da Radiologia.
Olhos da Medicina
Os profissionais da Radiologia, nem sempre mencionados, são responsáveis pelos principais exames de imagem de diagnóstico de Covid-19: as radiografias e as tomografias.
Peter Kühn é ex-professor do IFSC. Hoje, além da docência, também trabalha na linha de frente contra a pandemia, no Hospital Celso Ramos, em Florianópolis. “Todo paciente com suspeita de Covid-19 faz uma radiografia do tórax. Para evitar a circulação desse paciente pelo hospital e, assim, diminuir o risco de contágio, nós é que vamos até ele, na área para quem está com suspeita”, explica Kühn, formado no Câmpus do IFSC de Florianópolis.
Apesar de já atuar há anos em clínicas, é a primeira vez que ele trabalha em hospital – e começou em plena pandemia. “O maior medo é o contágio. Eu sou um dos poucos profissionais do setor que não pegou Covid. Mas a vigilância constante tem um preço, um cansaço físico e mental”, relata o tecnólogo que tem agora um motivo a mais para se cuidar: a esposa está grávida de três meses.
A rotina é cansativa, com plantões de 12 horas. Não há uma estrutura adequada para o descanso no hospital e a tensão é constante. Mas ele não se mostra arrependido da profissão que escolheu. “Nós, da Radiologia, costumamos dizer que somos os olhos da Medicina. Precisamos fazer uma imagem de qualidade, com a melhor qualidade da imagem e a menor dose de radiação. Um erro nosso pode provocar erro em diagnósticos”, conta.
Gabrielly Kahl também é egressa do Câmpus Florianópolis e atua na Clínica Imagem, anexo ao Hospital Baía Sul e reforça a necessidade de cuidado por parte do profissional da Radiologia. “Com a pandemia, a rotina de exames e protocolos teve que ser ajustada. Como muitos desses pacientes voltam para fazer o controle da doença, houve a necessidade de implantar protocolos de baixa dose de radiação”.
Kühn reforça que o trabalho em conjunto é o segredo para um atendimento bem feito. “Na prática da Radiolgoia, o apoio de profissionais da Enfermagem é essencial. Recebemos pacientes entubados, com acessos, é preciso todo um cuidado que não tem como fazer se não trabalharmos sempre juntos”.
Fonte: Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), com adaptações do Conter
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