Há um ano, o Brasil iniciava os primeiro capítulos de uma história dura, cruel, que destruiu e ainda destrói milhares de famílias. Hoje, são mais de 255 mil pessoas que morreram, vítimas de um vírus, chamado Covid-19, que surgiu, inicialmente, em Wuhan, uma cidade da China, no dia 31 de dezembro de 2019. Desde então, o mundo parou. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu comunicado de inúmeros casos de pneumonia. Ali iniciava uma pandemia mundial. Uma rápida disseminação do coronavírus tomou conta dos cinco continentes, obrigando a OMS a decretar emergência de saúde pública internacional.
Muitas pessoas apresentaram diversos sintomas, entre eles, febre, tosse, falta de ar e dificuldade para respirar. As unidades hospitalares ficaram superlotadas, sem espaço para atendimento. As Unidades de Terapia Intesiva (UTI’s) não podiam mais receber pacientes para atendimento imediato. Um caos. Situação de calamidade pública. Os profissionais da linha de frente de combate ao coronavírus trabalhavam incansavelmente para salvar vidas. E ainda trabalham. Nos dias atuais, um ano após o início da pandemia, o Brasil volta ao cenário de catrastrófe. Hospitais sem eleito para atendimento, profissionais esgotados, pessoas em busca de socorro, e muita gente morrendo.
A ciência muito fez para desenvolver, em menos de um ano, uma vacina, que pudesse conter a disseminação e o crescimento do contágio pelo vírus. Atualmente, pessoas em todo o mundo já foram imunizadas, mas no Brasil a realidade é um pouco diferente. O número de cidadãos que receberam a dose da vacina ainda é mínimo, o que não ajuda no combate da Covid-19. E o quê fazer? As autoridades de saúde defendem que o isolamento/distanciamento social, o uso de máscara e a higienização das mãos, inclusive com álcool em gel, são eficazes para evitar o contágio. Mas, algumas pessoas ainda não têm consciência da gravidade do vírus, da disseminação da doença, acabam adotando atitudes contrárias.
E o que dizer dos heróis que ficaram dias, meses sem contato com familiares para salvar vidas? Quantos homens e mulheres que estão na linha de frente foram contaminados, perderam vida, para salvar outras vidas? Os profissionais das técnicas radiológicas fazem parte deste grupo que ajuda no diagnóstico da doença. Exames como Tomografia e Raios-X, identificam nos pulmões o avanço do vírus, auxiliando a equipe médica no parecer de cada paciente. Esse trabalho desenvolvido pelo técnico, tecnólogo e auxiliar de Radiologia é tão importante quanto outras atividades realizadas por enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, entre outros profissionais da área da saúde. E porque não destacar, valorizar esses guerreiros que perdem noite, estão afastados das pessoas que amam, que se dedicam ao trabalho, com um único objetivo: salvar vida?
O Conselho Regional dos Técnicos e Tecnólogos em Radiologia da Bahia, Alagoas e Sergipe (CRTR08) tem exercido suas atribuições em fiscalizar as unidades de saúde que contratam os profissionais das técnicas radiológicas para realizarem atividades, principalmente em tempos de pandemia. Em 2020, a Coordenação Regional de Fiscalização (COREFI), realizou visita presencial e remota em 92 cidades que abrangem o Regional. Destas, 487 estabelecimentos foram fiscalizados, totalizando 2308 profissionais que tiveram orientação dos fiscais do Conselho. Processos administrativos, notificações e autos de infração forma emitidos pelos representantes do CRTR08, aos responsáveis que apresentaram alguma ilegalidade.
O Técnico em Radiologia (TR), Jaguaraci dos Santos, presidente do CRTR08, relata como tem sido a rotina dos profissionais que lidam diariamente com o perigo do contágio do vírus. “Quando tudo começou, estávamos assustados, não sabíamos como lidar com aquela situação de caos total. O isolamento foi um elemento fundamental para muitos de nós. Não podíamos ter contato com filhos, pais, avós, pessoas do nosso convívio familiar e social. Um sofrimento para todos. Todo cuidado que tínhamos ainda era pouco diante de tudo que estava por vir. Utilizamos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), como máscara, avental, luvas. Não sabíamos o que poderia acontecer na sala de exame. O paciente entrava e precisávamos atender, realizar os exames solicitados pela equipe médica. Como profissionais das técnicas radiológicas, nós somos também um dos primeiros a ter contato com um possível infectado pelo coronavírus. Mas, em momento algum nos refutamos a realizar nossa atividade. Pelo contrário, temos amor em tudo que executamos”, declara.
O diretor-presidente do CRTR08 enfatiza importância dos profissionais no combate à Covid-19. “Se temos medo de sermos infectados? Sim, todos têm, mas é preciso ter equipe humana para posicionar o paciente, que já está debilitado fisicamente, e muitas vezes com medo que algo pior possa acontecer. E nós, técnicos e tecnólogos estamos ali, conversando, orientando e em alguns caso, ajudando, homens e mulheres temerosos ao pior. Sabemos de todas as dificuldades enfrentadas por toda a humanidade, das variantes que surgem a cada dia e aparecem cada vez mais potente, com índice de contágio e mortalidade maior, mas é preciso respeito e reconhecimento. O profissional de Radiologia tem se dedicado e é importante sim no combate ao coronavírus. Queremos respeito e reconhecimento dos órgãos públicos de saúde, que em alguns casos, nos deixam de fora de benefícios que são oferecidos aos demais profissionais. Hoje, estamos vivendo uma grande guerra, uma luta contra esse vírus que só tem se desenvolvido. Mas, tenho plena certeza e confiança que vamos vencer. E, no futuro não tão distante, nos juntaremos novamente, nos abraçaremos novamente e comemoraremos a vitória da humanidade contra o coronavírus. Se cuide, e se puder, fique em casa”, confessa.
Fonte: Ascom CRTR08
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